terça-feira, 14 de julho de 2015

Meu Pai

 
 
 
 
MEU PAI

 
Faz cento e dezasseis anos
Que o meu Pai foi nascido,
E, não havendo enganos,
Em data que nunca olvido.

Foi num catorze de Julho,
Que alegrou meus Avós,
Vindo ao mundo com o orgulho
De ser livre como nós.

Venho prestar-lhe homenagem
No dia do aniversário,
Ter sido homem de bem,
Pai extremoso e solidário.

Os conselhos que me dava,
Jamais os posso esquecer.
Era assim o que pensava
Pra me ajudar a viver.

Eu recordo comovida
Em qualquer lugar ou hora
Ensinamentos de vida
Ainda úteis agora.

E às minhas filhas e netos
Eu peço com muito amor,
Memorem nos seus afetos
O meu Pai, este senhor.
 
Maria da Fonseca


sexta-feira, 3 de julho de 2015

A Árvore Ferida





Noite fora acontecera
Sem termos dado por isso,
Não prevíamos, Deus meu,
Nem ouvimos reboliço.

Partiu-se co'a ventania
O ramo farto e pesado
Da árvore que encobria
O prédio do outro lado.

No tronco, o golpe sofreu
Que a mão do homem não fez,
A madeira apareceu
Ferida com rispidez.

A simetria desfeita
Da arve, que nos encanta,
Tornou-a assim imperfeita,
Mas 'inda tem graça tanta!

O ramo já o levaram,
Pedaços vários serrados,
Uma clareira deixaram
E alguns galhos espalhados.

'Stá agora a florescer,
Como se, não se perdera
Bela ramada a crescer,
Que de noite acontecera.

Tal como suas irmãs,
Copas coloridas, lindas,
Que olhas todas as manhãs,
Quer dar-te flores bem-vindas!
 
Maria da Fonseca