quarta-feira, 30 de abril de 2014

Lua Inspiradora

 
 
 
 
A lua branca, além,
Quando há pouco entardeceu,
Tal, o Poeta a cantou,
Ia em triunfo ao céu.
 
 
Como a alma de um justo,
Pura, terna, radiosa,
Erguia-se docemente
No pleno azul, preciosa.
 

Agora está prateada
E mais brilhante também.
O luar banha o jardim
E a arve em flor o retém.
 

Move-se à volta da Terra,
Que o Senhor pra nós criou,
Astro lindo, abençoado,
Que o Sol sempre iluminou.

 
Mais será para os vindouros
Como foi pra nossos Pais,
Tranquila inspiradora
De singelos madrigais.
 
Maria da Fonseca


domingo, 20 de abril de 2014

Ressurreição do Senhor

 
 
 



Tão triste, todos chorámos
A passada Sexta-Feira.
Todos nós A venerámos,
Tua Hora Derradeira!

Hoje a Esperança renasceu,
O Sol a dar seu sinal,
Nossa alma se comoveu
Ante a Vigília Pascal.

Como há tanto tempo ido
Os três dias decorreram.
Teu Corpo fora perdido
Quando por Ele acorreram.

Madalena mui chorava,
Roubaram o Seu Senhor.
Nem sentiu quem a chamava,
Toda entregue à Sua Dor.

Foi Jesus ali presente,
Ressuscitado, que fala!
Rezou a Igreja oferente,
Sua alegria não cala.

Aleluia! Páscoa Santa!
Está connosco o Senhor!
E nosso coração canta
Pelo Seu Divino Amor.
 
Maria da Fonseca


terça-feira, 15 de abril de 2014

Como a Pomba

 
 
 
 
Como a pomba que tu vês,
Toda de branco vestida,
Matando a sede, elegante,
No regato da Avenida.
 

Sua cauda, armada em leque,
Tem formosa pena preta.
Tu sabes que é sempre a mesma,
Linda pomba lisboeta.
 

Por perto um pombo arrulha,
Atento, enamorado.
Porém, retira-se a pomba
Sem olhar o apaixonado.
 

Ontem o pombo atrasou-se
E a pomba branca, nervosa,
Dum lado, andava, pró outro,
Inquieta, receosa.
 

Tal e qual, quando não vejo
Meu amor perto de mim,
A pomba atentava ao longe,
Procurando-o no jardim!
 
 
 
Maria da Fonseca


domingo, 6 de abril de 2014

Na Primavera

 
 
 
 
 
 
 
Sol e chuva a alternar
Neste sábado feliz.
Nosso clima a amornar.
No jardim, lindo matiz.

Verde relva colorida
Por espontâneas singelas,
Viva, farta, acontecida,
Ao olhar pelas janelas.

Enquanto as flores se movem
Ao sabor da viração,
Os meus olhos se comovem
Ao ver o melro no chão.

A buscar o seu sustento
Por entre a folha crescida,
Sinto que apesar de atento,
Não encontrará comida.

Costuma saltar ligeiro,
Quando se apara a folhagem,
E correr, sendo o primeiro,
A aproveitar da vantagem.

Mas com o corte fatal
As florzinhas partirão.
Bem pouco tempo afinal
O belo Sol louvarão.

Mãe natureza é assim
Neste cantar de poeta.
Nem mesmo no meu jardim
A harmonia é completa!
 
Maria da Fonseca